O ministro da Fazenda, Guido Mantega, continuará no comando da economia no governo de Dilma Rousseff, segundo fontes do governo. Mantega conversou nesta quinta-feira, 18, com Dilma durante quase duas horas, na Granja do Torto. Na viagem que fez a Seul para a reunião do G-20, na semana passada, a presidente eleita já havia dado sinais de que Mantega permaneceria na Fazenda, como antecipou o jornal O Estado de S. Paulo. Uma alta fonte do PT lembrou que a escolha do ministro da Fazenda não passa pelo crivo de partidos políticos e pode ser anunciada antes das demais pastas, previstas para até 15 de dezembro.
'Ela pode antecipar', disse a fonte à Reuters, acrescentando que a escolha de Mantega teria sido acertada entre Dilma e Lula em jantar realizado anteontem no Palácio do Alvorada.
O discurso oficial, porém, ainda é de silêncio. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o deputado José Eduardo Cardozo, ambos da equipe de transição de Dilma, disseram não ter informações sobre o convite a Mantega. E a assessoria de imprensa do ministério afirmou que não se manifestaria sobre o assunto.
Mantega chegou ao prédio da Fazenda após a reunião com Dilma pela garagem, evitando os jornalistas que o aguardavam na portaria principal.
Em São Paulo, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse achar 'excelente' a eventual permanência de Mantega na Fazenda, apesar de argumentar que Dilma 'deveria renovar o máximo possível' o ministério.
Os mercados de ações e câmbio operavam nesta quinta-feira mais ligados à conjuntura internacional do que às notícias locais, como a manutenção de Mantega no cargo.
Para André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, a permanência de Mantega é positiva na medida em que ele 'faz parte de uma equipe que construiu uma solidez macroeconômica brasileira', mas também traz preocupações. 'Ao insistir no câmbio, ele traz dúvidas e constrangimentos na condução da política monetária, estou receoso com isso.'
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não deverá ficar no posto. Para o seu lugar, o mais cotado é o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro, Alexandre Antônio Tombini.
Com informações da Reuters