quarta-feira, 23 de novembro de 2016

‘Tenho medo de morrer na própria aldeia’: como ‘cacique-modelo’ da Amazônia se tornou alvo de índios madeireiros

Enquanto percorria um trecho de terra na garupa da moto pilotada pelo filho Pilatos, de 25 anos, ambos perceberam que eram seguidos por um carro com três pessoas.
O veículo ultrapassou e bloqueou a moto. Um homem desceu. Com o dedo no rosto de Agamenon, avisou que ele e o irmão deveriam "tomar mais cuidado".
O irmão em questão é Almir Narayamoga Suruí, de 42 anos, chefe dos paiter-suruís e um dos principais líderes indígenas do Brasil.
O episódio na estrada é sinal do agravamento dos conflitos na TI (Terra Indígena) Sete de Setembro, localizada entre Rondônia e Mato Grosso e que nos últimos anos foi considerada a grande promessa de uso da tecnologia para proteger a floresta na Amazônia.
"Tenho medo de morrer. É um risco que corro a todo o momento. As pessoas acham que me matando vão poder explorar madeira numa boa. Sou alvo não só pelos madeireiros e garimpeiros, mas também pelos índios madeireiros", afirmou Almir à BBC Brasil.
Ele é um dos chefes indígenas mais viajados do país - já rodou por países distantes como Turquia e Indonésia, acumulou prêmios e distinções enquanto faz lobby por parcerias internacionais para preservar os recursos naturais na reserva dos paiter-suruís.
Image captionAlmir em ato contrta barragens na Amazônia em Paris em 2011 e em encontro com príncipe Charles da Inglaterra em 2009 no Reino Unido: chefe se tornou referência internacional em projetos de desenvolvimento sustentável na Amazônia
Nesse trabalho, costurou acordos com grandes empresas daqui e de fora, ONGs ambientalistas e políticos em Brasília.
Ganhou fama em 2008, quando fez um acordo com o Google para monitorar o desmate na terra indígena - índios ganharam celulares para registrar extração ilegal de madeira, capturar fotos e vídeos geolocalizados e fazer upload no Google Earth.
Em 2012, os paiter-suruís se tornaram a primeira nação indígena do mundo a fechar contratos nos quais eles faturam ao evitar desmatamentos em seu território - houve acordos com Natura e Fifa, que renderam ao menos R$ 1,2 milhão.
Nos últimos anos, contudo, discordâncias sobre o uso dos recursos reacenderam divisões históricas entre os suruís e situação saiu de controle na Sete de Setembro - uma área de 2,4 mil km² (ou duas vezes a cidade do Rio de Janeiro) e 1,3 mil índios espalhados por 25 aldeias.
O desmate ilegal dentro da TI Sete de Setembro saltou de 85 hectares em 2013 para 496 hectares (cerca de 500 campos de futebol) em 2015, segundo a ONG Idesam (Instituto de Conservação e de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia).

Descontrole

A terra dos suruís (ou paiter, como se intitulam) fica em um dos principais focos do chamado "arco do desmatamento", região em que a fronteira agrícola avança em direção à floresta e responde pelos maiores índices de desmatamento da Amazônia.
Segundo Almir, hoje 15 das 25 aldeias da terra indígena estão envolvidas em exploração ilegal de recursos naturais. Cinco se opõem à presença de madeireiros e cinco estão divididas, afirma.
Image captionGarimpo (à esq.) e extração de madeira ilegais na reserva dos suruís; para Procuradoria, há risco de "descaracterização total" da área
"A floresta não precisa ser intocável, mas deve ser usada com planejamento e critério. Somos contra a forma como a madeira está sendo retirada", diz o líder dos paiter-suruís.
Índios contrários ao desmatamento estimam que 300 caminhões lotados com toras de madeira deixem a Sete de Setembro todos os meses - avaliação endossada pelo Ministério Público Federal, que acompanha o conflito na região.
As árvores mais procuradas hoje são cerejeira, cedro, ipê, caixeta, garapa e castanheira. O ipê é considerado o novo mogno, muito explorado nas décadas de 1980 e 1990 e hoje praticamente extinto na floresta.
"A situação é frágil e delicada. Madeireiros assediam índios com coisas que o Estado não consegue suprir, como saúde e educação, e com outras que o Estado nem supriria, como dinheiro para carros e motos. Algumas lideranças se acostumaram com essa renda, o que torna o problema histórico", afirma o procurador da República Henrique Heck.

Histórico

De fato, a relação dos suruís com a exploração ilegal de madeira não é nova.
Contatada pela primeira vez em 1969, essa tribo amazônica chegou a perder 90% da população para a tuberculose e o sarampo antes mesmo do nascimento de Almir, em 1974.
A terra indígena foi homologada em 1983, mas sofreu impacto, nos anos seguintes, de projetos de colonização e também invasões de pequenos agricultores.
Os suruís passaram então a ser conhecidos pela venda de madeira a extratores ilegais - situação que motivou divisões internas e desagregação social.
Image captionAlmir com conterrâneos suruís; até 1969, povo ainda vestia tangas, caçava com arco e flecha e conhecia pouco do Brasil moderno
Aos 15 anos, ainda com pouco conhecimento de português, Almir aceitou convite da Universidade Católica de Goiás para estudar Biologia Aplicada. Formou-se em 1992 e foi eleito chefe dos Gameb (marimbondos pretos), um dos quatro clãs paiter-suruís.
Casou-se, teve filhos (três, hoje com 22, 21 e 19 anos) e passou a planejar programas de agricultura sustentável em sua aldeia.
"Mas líderes tribais mais velhos - a maioria com menos de 40 anos, como efeito das pragas devastadoras dos anos 1970 - tinham outros planos", afirma, em referência aos interesses dos índios madeireiros, o jornalista americano Steve Zwick, que trabalha em uma biografia de Almir.
Ao final dos anos 1990 Almir Suruí já era um líder indígena conhecido em Rondônia. Gradativamente, começou a trabalhar em um plano para uso das terras suruís nos 50 anos seguintes.

Acordo

O acordo com o Google trouxe novas perspectivas para a tribo, e em 2009 Almir costurou um pacto entre os quatro clãs para encerrar o histórico ciclo histórico de exploração ilegal de madeira dentro do território.
Em 2012, a redução acumulada de desmatamento somava 511 hectares, o que permitiu as parcerias de venda de créditos de carbono.
Image captionAlmir Suruí em encontro em 2012 com Rebeca Moore, então gerente do Google Earth; parcerias internacionais não conseguiram evitar agravamento da situação em reserva
Foi o primeiro projeto em área indígena a explorar o chamado Redd (Redução de Emissões por Desmatamento), instrumento de compensação financeira pela manutenção de florestas tropicais e redução do gás carbônico responsável pelo aquecimento global.
A promessa de solução, contudo, começou a incentivar velhas (e novas) divisões. Alguns líderes suruís reclamaram da gestão, por Almir, do chamado Fundo Paiter, criado para administrar o dinheiro desses projetos. Apontavam demora na liberação, centralização de decisões e ausência de benefícios para as comunidades.
O chefe suruí nega as acusações. "O dinheiro foi repassado corretamente para as associações (dos clãs suruís) de acordo com os projetos, conforme foram apresentados para nós. Nossa prestação de contas é clara e transparente", afirma.
Em julho deste ano, a pedido do Ministério Público Federal, que atendeu a reclamações dos setores insatisfeitos, a Justiça chegou a bloquear a movimentação do fundo (que ainda tinha R$ 500 mil em caixa). Os recursos acabaram liberados após uma reunião entre os clãs.

Agravamento

A indisposição com o projeto levou parte dos suruís a retomar a exploração ilegal de madeira, ouro e diamante, bem como o arrendamento de terras para fazendeiros.
Segundo relatos coletados pela reportagem, índios madeireiros esperavam obter mais renda ao interromper o ciclo de desmatamento, o que não ocorreu.
Image captionNos pontos vermelhos em destaque, avanço do desmatamento na TI Sete de Setembro; 300 caminhões de madeira deixam área todos os meses, dizem índios
Resultado, segundo Almir: além de madeireiros e fazendeiros, há também garimpo na terra indígena. Com apoio dos índios, aliciados com armas e pagamentos mensais de até R$ 5 mil, os grupos estariam atuando em ao menos 20 pontos da área.
A suposta omissão dos órgãos públicos agrava a situação, afirma o líder. "Já fizemos várias denúncias e nada acontece. Dizem que não podem prender índio e os índios sabem disso."
Em razão desse quadro, a Procuradoria entrou na Justiça na semana passada contra Funai (Fundação Nacional do Índio), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e os Estados de Rondônia e Mato Grosso.
A ação pede que os órgãos e governos sejam obrigados a realizar uma série de ações de fiscalização e apoio a atividades sustentáveis pelos índios, como coleta de castanhas.
Diz ainda que a "criminalidade recrudesceu" dentro da terra indígena em razão da "fiscalização acanhada dos órgãos públicos".
Aponta que "muitos indígenas foram cooptados pelas madeireiras" e que a "sensação de impunidade prepondera" no local, o que faz aumentar a adesão de índios à atividade ilegal.
"Se a situação continuar assim, há possibilidade de descaracterização total do território em médio prazo", afirma Henrique Heck.
A reportagem entrou em contato com os governos de Rondônia e Mato Grosso para comentários sobre a ação da Procuradoria, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Em nota, a Funai disse ter conhecimento do cenário na Sete de Setembro e que tem feito fiscalizações na região. Reconheceu, contudo, que o "grande desafio" hoje é integrar esferas de poder e complementar monitoramento com políticas de sustentabilidade para índios e cidades do entorno.
"Sem alternativas de renda no entorno para as populações não indígenas, a pressão sobre as terras indígenas cresce cada vez mais, ameaçando os recursos naturais e a segurança dessas comunidades", informou o órgão.
Image captionLíder indígena se diz sitiado em sua própria região: 'Se é explorar madeira o que o meu povo quer, tudo bem.'

Medo

Enquanto isso, hoje o "cacique tecnológico" Almir Suruí está praticamente sitiado em sua própria região - mora com a família em Cacoal, cidade de 78 mil habitantes a 480 km de Porto Velho, vizinha da terra indígena Sete de Setembro.
Vive escoltado pelos irmãos, nunca viaja sozinho e evita ir ao supermercado ou sacar dinheiro sem estar acompanhado.
"Não gostamos que o Almir vá a nenhum lugar sozinho, nem dentro da nossa própria terra, porque há uma parte grande do nosso povo contra o trabalho dele. A gente também vive com medo de branco matar o Almir. Branco madeireiro, fazendeiro, garimpeiro. É muita preocupação", diz o irmão Mopiri Suruí, de 56 anos.
Almir chegou a contar com proteção de agentes da Força Nacional de Segurança entre 2012 e 2013, mas desistiu. "Era uma proteção e não uma solução. A solução é acabar com a exploração ilegal."
Com 98 quilos distribuídos em 1,68 m, fã de Raul Seixas e tubaína, torcedor do Flamengo, apreciador de camionetes e membro de 23 grupos do WhatsApp, ele diz ter desenvolvido gastrite ao conviver com ameaças de morte.
E às vezes ameaça desistir de tudo e se dedicar somente à família. "Se é explorar madeira o que o meu povo quer, tudo bem."
Por força da deterioração da situação na terra indígena que um dia foi modelo de recuperação sustentável, organizações internacionais articulam uma campanha, com abaixo-assinado e pedido de doações online, em que alertam para uma "situação de emergência" na terra dos paiter-suruís.
"Minha maior preocupação é que assassinem o meu filho. É muito difícil para mim como mãe. Ele vem trabalhando, defendendo a floresta para trabalhar de forma sustentável, mas nosso próprio povo prefere o dinheiro fácil da madeira e do garimpo. Meu medo é porque sei que há pessoas contra ele e o trabalho dele. Só Deus para me aliviar. Só Deus", diz Weytanb, 88 anos, mãe de Almir.
Image caption"Minha maior preocupação é que assassinem o meu filho", afirma Weytanb Suruí, de 88 anos

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Justiça suspende revogação de Unidades de Conservação em Rondônia


Em 2014, a Assembleia Legislativa de Rondônia anulou o decreto de criação de quatro unidades de conservação do estado. Essa história, que ajuda a explicar porque o estado é um dos mais desmatados da Amazônia brasileira teve um novo capítulo na semana passada, quando o Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJ-RO) julgou inconstitucional a ação feita pelos deputados estaduais e suspendeu a  revogação das áreas protegidas. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Após dois anos no limbo jurídico, a Reserva Extrativista Jaci-Paraná, a Área de Proteção Ambiental Rio Madeira e as Florestas Estaduais de Rendimento Sustentado do Rio Madeira B e do Rio Vermelho voltam a ficar protegidas. Essas quatro unidades representam 11% da área das Unidades de Conservação de uso sustentável do Estado de Rondônia e juntas somam aproximadamente 259 mil hectares.
Relembre o caso
O ato da Assembleia Legislativa, que teve forte oposição das populações tradicionais, ocorreu com o objetivo de legalizar as invasões de madeireiros, pecuaristas e agricultores nas áreas destinadas às populações tradicionais.
Na ocasião da revogação do decreto de criação da Resex Jaci-Paraná, por exemplo, o projeto de Decreto Legislativo que extinguiu a unidade começou a tramitar após a Justiça determinar a retirada dos invasores desta Resex. O decreto foi aprovado por 15 dos 16 deputados presentes na sessão marcada por discursos em defesa dos invasores. O deputado Ribamar Araújo (PT) chegou a afirmar que o único modelo de desenvolvimento que deu certo na prática em Rondônia foi a floresta dando lugar a agricultura e pecuária. “Foi esse sistema que elevou o estado nestes 34 anos que convivo aqui”, afirmou. “Não importa se são pequenos ou grandes agricultores, o que importa é que são trabalhadores que ajudaram e ainda ajudam no crescimento de Rondônia”.
O Grupo de Trabalho Amazônico – formada por mais de 600 entidades representativas de agricultores, seringueiros, indígenas, quilombolas, entidades ambientalistas e de direitos humanos –, soltou nota repudiando a decisão da Assembleia Legislativa e dando apoio aos seringueiros prejudicados, pois a reserva foi criada para que eles tivessem onde produzir: “A posse das terras, via de regra, se dá com a invasão em grande número de pessoas que destroem a floresta, vendem as madeiras, semeiam o capim e ficam de fora, incendiando anualmente a área. De um a dois anos, é possível transformar uma vasta região de floresta em fazendas pecuárias, e eles apostam na lógica do fato consumado, onde, destruir floresta é aceito como “benfeitoria”. É difícil responsabilizar os autores, uma vez que os grandes em geral agem com prepostos e mesmo os pequenos nos primeiros anos entram esporadicamente na reserva e em geral impera a “lei do silêncio”, sendo corrente o jargão mafioso “quem dedurar morre”.
OECO
Postado por: Ygor I. Mendes


segunda-feira, 9 de maio de 2016

Guia de Transporte Animal será eletrônica em Rondônia, diz Idaron

Lançamento de nova ferramenta será realizado no 5° Rondônia Rural Show.
GTA será para bovinos que irão para o abate, segundo agência do estado.




A Guia de Transporte Rural (GTA)  poderá ser emitida eletronicamente em Rondônia, a partir dos dia 25 a 28 de maio. De acordo com  Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron), atualmente os produtores precisam se encaminhar até a instituição para solicitar a emissão do documento.
Segundo a Idaron, o lançamento da nova ferramenta será realizada durante o 5° Rondônia Rural Show nos dias 25 a 28 de maio em Ji-Paraná. O pecuarista poderá emitir sua GTA através da Internet, porém somente para bovinos que serão destinados ao abate com inspeção oficial nos frigoríficos locais.
Conforme o Idaron, até o fim deste ano  todo os pecuaristas do Estado, poderão emitir a Guia de Transporte Animal de forma eletrônica, sem sair de sua casa ou propriedade, e com toda segurança, bastando para isso ter acesso à internet. Segundo a agência, essa  ferramenta oferece toda segurança e controle, tanto para o produtor quanto para o governo, no processo de fiscalização, mas não elimina as vistorias e fiscalizações diretas nas propriedades, inclusive para conferir informações ou para o repasse de orientações.

Já a emissão da GTA para o transporte convencional  venda, transferência de propriedade ou de pastagem continuará sendo realizada normalmente. Ou seja,  o produtor rural terá de ir à agência de solicitar a emissão do documento, tendo em vista que a guia é documento obrigatório para o transporte ou deslocamento de animais vivos para fora propriedade, constituindo-se assim um facilitador no processo de comercialização.
Com a GTA eletrônica o pecuarista terá maior facilidade para emitir e quitar a documentação na Idaron, e também mais facilidade para comercialização do gado. A autenticidade da guia será por meio de verificação com telefone celular equipado com aplicativo de leitor ótico, que está em processo de ajustes e testes.
G1GLOBO
Postado por: Ygor I. Mendes

sábado, 7 de maio de 2016

Vídeo de boiada 'gigante' andando em avenida de RO viraliza na internet

Imagens foram feitas por morador de Alto Alegre dos Parecis.

Segundo Idaron, rebanho era composto por mil cabeças de bois.

O vídeo de uma boiada "gigante" andando pela principal avenida de Alto Alegre dos Parecis (RO) está chamando a atenção de internautas nas redes sociais. Gravadas por um morador no último domingo (1°), as imagens mostram vários peões a cavalo tocando mil bois tranquilamente. Em alguns trechos da gravação, os animais sobem em cima de calçadas e chegam a desviar de um caminhão estacionado na via. Até esta sexta-feira (6), mais de 55 mil pessoas já haviam assistido ao vídeo (veja acima).
De acordo com Dalvino Rodrigues de Azevedo, que gravou o vídeo da sacada de casa, a boiada passou pela Avenida Tancredo Neves no último domingo. "Foi bem cedinho. Eu ainda estava dormindo quando ouvi os estalos do chicote e sai para ver", relembra.
Ao G1, o morador de 52 anos disse que esta não foi a primeira vez que uma boiada passa pela avenida. "Uma vez passou cerca de 2 mil cabeças. Deve ser a maior que já vi aqui. Uma vez a boiada estourou e os peões precisaram sair correndo com o cavalo para arrebanhar de novo. É sempre lindo ver essa tradição no interior do estado", conta.
Boiada era composta por mil cabeças, segundo o Idaron de Alto Alegre (Foto: Reprodução)Boiada era composta por mil cabeças, segundo o Idaron de Alto Alegre (Foto: Reprodução)
Dalvino diz que a boiada costuma passar pela cidade sempre de madrugada ou já no amanhecer do dia, quando não tem ninguém andando na rua. "A prática é comum e linda de se ver", afirma. O morador diz que não esperava tanta repercussão nas redes sociais após a postagem do vídeo. "Fiquei bastante surpreso", ressalta.
Repercussão
Depois que o vídeo foi postado, várias pessoas compartilharam e comentaram a gravação no Facebook. Um usuário brincou com a situação e chamou a cena de um "engarrafamento de churrasco". O trabalho dos peões também arrancou elogios dos usuários: "Eita boiada bonita", disse um homem no comentário do vídeo. "Lindo de mais amei", disse outra internauta.
Boiada era composta por mil cabeças, segundo o Idaron de Alto Alegre (Foto: Facebook/ Reprodução)Boiada era composta por mil cabeças, segundo o Idaron de Alto Alegre (Foto: Facebook/ Reprodução)
Até esta sexta-feira, mais de 55 mil pessoas já haviam assistido o vídeo gravado por Dalvino.
Autorizado
De acordo com a Agência de Defesa Sanitária Agrossilvipastoril do Estado de Rondônia (Idaron), este tipo de transporte terrestre de animais é permitido. "Para fazer isso, o produtor precisa apresentar o Guia de Trânsito Animal (GTA)", explica Alexandre Marques de Lima, chefe da unidade em Alto Alegre dos Parecis.
Ainda segundo Alexandre, a Idaron também cobra exames negativos para mormo e anemia dos animais. “Sempre que vão passar pela cidade nós os abordamos para verificar essa documentação. Aqui é comum esse tipo de boiada, pois é uma rota boiadeira”, declara.
A boiada filmada em Alto Alegre dos Parecis é composta de mil cabeças. Os animais saíram de uma fazenda do município no dia 1° de maio e o destino final é uma propriedade do distrito de Novo Plano, em Chupinguaia (RO), no Cone Sul de Rondônia. Os bois devem viajar cerca de 150 quilômetros e o trajeto pode durar semanas.
Assista ao vídeo acessando este link :http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2016/05/video-de-boiada-gigante-andando-em-avenida-de-ro-viraliza-na-internet.html
G1GLOBO
Postado por: Ygor I. Mendes