terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Bioma Amazônico

Bioma Amazônico
Este bioma chega ocupar uma área de 4.196.943 Km², que corresponde mais de 40% do território nacional e é constituída principalmente por uma floresta tropical. A Amazônia passa pelos territórios do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, e parte do território do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. A Amazônia é formada por distintos ecossistemas como florestas densas de terra firme, florestas estacionais, florestas de igapó, campos alagados, várzeas, savanas, refúgios montanhosos e formações pioneiras.

Mesmo sendo o nosso bioma mais preservado, cerca de 16% de sua área já foi devastada, o que equivale a duas vezes e meia a área do estado de São Paulo.

O desmatamento, as queimadas, a garimpagem, o agropastoreio e a biopirataria representam os principais problemas ambientais enfrentados pelo bioma amazônico. O conjunto formado por essas ações devastadoras é responsável por graves mudanças climáticas em todo o planeta, como o aquecimento global.

Amazônia é considerada  um grande “resfriador” atmosférico e como maior abrigo da biodiversidade do mundo, algumas  pesquisas indicam que na Amazônia existem cerca de trinta milhões de espécies animais.

 

Fauna

 Macaco guariba. Foto: CPB/Ibama
Macaco guariba. Foto: CPB/Ibama
Pesquisas indicam que na Amazônia existem cerca de trinta milhões de espécies animais. Dá para acreditar? E isso porque nem todas as espécies foram encontradas e estudadas pelos cientistas. Lá existem alguns animais que ainda são desconhecidos pelos homens.
Bom, mas uma coisa é certa: são muitos animais convivendo neste 
grande ecossistema. Talvez os mais famosos deles sejam os macacos. Eles são numerosos: coatás, guaribas, barrigudos...  Uma infinidade de primatas pode ser encontrada nos galhos das árvores amazônicas. Além deles existem outros mamíferos característicos da região. São mamíferos terrestres, como onças, tamanduás, esquilos, e mamíferos aquáticos, como peixes-boi e botos.
Os répteis também têm território garantido. Em um passeio pela região podem ser vistos lagartos, jacarés, tartarugas e serpentes. Entre os anfíbios, existem variados tipos de rãs, sapos e pererecas. Uma grande coleção de peixes é outro fato digno de nota: nas águas amazônicas estão 85% das espécies de peixes de toda a América do Sul. Todos os anos milhares deles migram tentando encontrar locais adequados para reprodução e desova. É o que se chama Piracema.
Foto: Wikipedia
Foto: Wikipedia
Outros seres ainda menores têm grande importância no equilíbrio deste ecossistema: os insetos. Eles são
Na terra, na água e no ar. Há grande variedade também de aves na floresta. Araraspapagaios, periquitos e numerosos. Besouros, formigas, mariposas e vespas fazem parte do grupo que é maioria na fauna amazônica.
 tucanos colorem as copas das árvores. Mais de mil espécies de aves já foram catalogadas.






Vegetação
A vegetação divide-se em três categorias: matas de terra firme, matas de várzea e matas de igapó.
Foto: Phil P. Harris. Wikipedia
Foto: Phil P. Harris. Wikipedia
Bioma Amazônico
As matas de terra firme são aquelas que estão em regiões mais altas e por este motivo não são inundadas pelos rios. Nelas estão árvores de grande porte, como a castanheira-do-pará e a palmeira.
As matas de várzea são as que sofrem com inundações em determinados períodos do ano. Na parte mais elevada desse tipo de mata, o tempo de inundação é curto e a vegetação é parecida com a das matas de terra firme. Nas regiões planas, que permanecem inundadas por mais tempo, a vegetação é semelhante a das matas de igapó.
 Vitórias - régias. Foto: Emerson Santana Pardo. Wikipedia
Vitórias - régias. Foto: Emerson Santana Pardo. Wikipedia
Ops, mas a gente ainda não falou das matas de igapó...
As matas de igapó são as que estão situadas em terrenos mais baixos. Estão quase sempre inundadas. Nelas a vegetação é baixa: arbustos, cipós e musgos são exemplos de plantas comuns nestas áreas. É nas matas de igapó que encontramos a vitória-régia, um dos símbolos da Amazônia.
Solo
solo da floresta amazônica é em geral bastante arenoso. Possui uma fina camada de nutrientes que se forma a partir da decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Esta camada é rica em húmus, matéria orgânica muito importante para algumas espécies de plantas da região. 
Em áreas desmatadas, as fortes chuvas "lavam" o solo, carregando seus nutrientes. É o chamado processo de lixiviação, que deixa os solos amazônicos ainda mais pobres. Apenas 14% de todo o território pode ser considerado fértil para a agricultura.
Mas se apenas essa pequena parte é fértil, como existem tantas árvores? Aqui está um dos pontos essenciais para o equilíbrio do ecossistema.
Neste processo a camada de húmus tem um papel fundamental. Além disso, os poucos nutrientes presentes no solo são rapidamente absorvidos pelas raízes das árvores, e estas plantas, por sua vez, tornam a liberar nutrientes para enriquecimento do solo. Trata-se de uma constante reciclagem de nutrientes.


Pico da Neblina. Foto: Wikipedia
Pico da Neblina. Foto: Wikipedia
Relevo
Compõem o bioma Amazônia planícies (terrenos com pouca variação de altitude), depressões (tipo de relevo aplainado, onde são encontradas colinas baixas) e planaltos (terrenos com superfície elevada).
As planícies são constantemente inundadas pela água dos rios. Na região de planaltos existem algumas serras, como as de Taperapecó, Imeri e Parima.  Ficam na Amazônia as formações de relevo mais baixa  - planície Amazônica - e mais alta - plana

Água

lto das Guianas - do país. É nesse planalto que se encontra o Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, com cerca de 3.015 metros. 
A água é um importante componente em um ecossistema. Isto porque a água é fundamental para a vida. No caso da floresta amazônica, a água doce é abundante: trata-se da maior bacia hidrográfica do planeta. Seu principal rio é o Amazon
as, que possui mais de mil afluentes (rios menores que nele deságuam), é o mais largo do mundo e grande responsável pelo desenvolvimento da floresta.
Os rios influenciam a vida dos animais e, como você já viu, a vegetação do lugar. De forma geral, são classificados em três tipos: rios de águas barrentas, de águas claras e águas pretas.

 Rio Amazonas. Foto: br.geocities.com
Rio Amazonas. Foto: br.geocities.com
A coloração da água varia de acordo com determinadas substâncias que podem ser encontradas nos rios. Os chamados rios de águas barrentas, como o Madeira e o próprio Amazonas, têm a cor da água modificada por serem ricos em sedimentos e nutrientes. Os de águas claras, como o Xingu, o Tapajós e o Trombetas possuem muitos trechos de corredeiras e cachoeiras. Estes rios não banham tantos terrenos ricos em nutrientes como os de água barrenta. Desta forma apresentam água mais cristalina.
Por fim, os rios de águas pretas são assim denominados por nascerem em terrenos de planície e carregarem a areia e o húmus que caracterizam o solo de tais terrenos. O húmus é o grande responsável pela cor escura das águas. O mais conhecido ri
o amazônico de aguas pretas é o rio Negro.
Clima
Na região amazônica chove bastante e a temperatura é elevada, normalmente variando entre 22ºC e 28ºC. É o chamado clima equatorial úmido, que caracteriza algumas áreas próximas à linha do Equador. E como o clima interfere? Pelo que vim
os até aqui, você já deve imaginar alguma forma... Por exemplo: de acordo com a intensidade das chuvas sobe o nível dos rios; com o aumento do nível dos rios algumas áreas podem ser alagadas e, uma vez alagadas, essas áreas podem ser mais ou menos adequadas à vida de determinados vegetais e animais.

Onça Pintada. Foto: Wilipedia
Onça Pintada. Foto: Wikipedia


Fatores como o clima, relevo, solo e á
gua interferem na vida de animais e vegetais. Não foi isso que vimos ser a definição de um ecossistema?  A relação entre seres vivos e não vivos em uma região? Pois é, quando falamos da Amazônia existe ainda uma outra relação que está colocando em risco o equilíbrio do ecossistema. A relação entre os homens e a floresta. Vamos saber um pouco mais sobre esta relação e seus efeitos.
Fontes de informação:
Ibama
MRE

LINHARES, Sérgio & GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia Hoje - Vol 3. São Paulo: ed. Ática, 1998.
Consultoria: Vânia Rocha, bióloga / Museu da Vida (Fiocruz).

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