Petrobras/Divulgação
Dilma Rousseff revelou, em privado, algo que não admite publicamente: prefere nomear para a Casa Civil um nome técnico, não um político.
Chama-se Maria das Graças Silva Foster a preferida de Dilma. É conhecida como Graça Foster.
Funcionária de carreira da Petrobras, ocupa no momento a estratégica diretoria de Gás e Energia.
Dilma olha para Graça Foster como se mirasse o espelho. As duas têm um perfil absolutamente assemelhado.
Asssim como Dilma, Foster tem fama de gerente eficaz e durona. Na estatal petroleira, ganhou o apelido de “Caveirão”.
Uma referência ao veículo blindado que o BOPE, temível tropa de elite da PM do Rio, utiliza em suas incursões pelos morros cariocas.
O desejo de Dilma é o de acomodar na Casa Civil uma espécie de nova Dilma. Uma pessoa capaz de coordenar os principais programas do governo.
A pretensão vai na contramão do previsto. Até aqui, dava-se de barato no PT que o chefe da Casa Civil de Dilma seria Antonio Palocci.
Um pedaço da legenda acha temerária a troca de planos. Alega-se que Dilma, por técnica, precisa ter do seu lado alguém com a cintura flexível de Palocci.
Dilma, por ora, parece dar de ombros para a argumentação. Dispõe-se a nomear Palocci, mas não se mostra convencida de que deve dar a ela a Casa Civil.
Em conversa que manteve com Lula antes da eleição de domingo passado, Dilma levou à mesa o nome de Graça Foster.
Segundo apurou o repórter, Lula estimulou a sucessora a compor sua equipe como julgasse melhor.
A despeito desse diálogo, pelo menos um auxiliar de Lula e um expoente do PT crêem que, no final das contas, Palocci vai à Casa Civil.
“O Lula é como a Bíblia”, disse um dos interlocutores do blog. “Todos os cristãos lêem, mas cada um tira suas própris conclusões”.
A alternativa cogitada para a acomodação de Palocci, médico de formação, é a cadeira de ministro da Saúde.
Diz-se, porém, que o ex-czar da Fazenda torce o nariz para essa hipótese. Assim, para fazer valer sua vontade, Dilma teria de tourear o petismo.
Como existe a hipótese de Palocci não vingar, o PT desenvolve um antídoto a Graça Foster. Começa-se a mencionar para a Casa Civil o nome do ministro petista Paulo Bernardo (Planejamento).
A favor de Dilma, por enquanto, pesa a interpretação que deu à primeira leitura que fez das palavras de Lula. Se tiver de fato a carta branca da 'Bíblia', não haverá petista capaz de segurá-la.
Contra ela, o fato de que, a partir de janeiro de 2011, Lula será ex-presidente. Por mais que ele se disponha a socorrê-la, é ela quem vai ter de lidar com o PT e suas peculiaridades.
Escrito por Josias de Souza às 04h42
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